sexta-feira, 10 de outubro de 2008

:: Tarde de Verão... ::

Foi numa tarde de Verão… O sol estava quente, e a sua luz suave iluminava o meu sorriso, afagava os meus cabelos e deixava-me embalada. Havia uma serenidade em mim que ainda hoje não sei como explicar… Uma calma súbita pegou-me ao colo e levou-me consigo para um lugar de entrega e de prazer. Tudo era tão perfeito… O sabor da brisa era tão doce, a frescura das árvores, o aroma do rio… Perguntava-me a mim mesma se estava ali…
E foi aí que apareceste, envolto em luz, e o mundo desapareceu… O teu sorriso inundava o ar, e a profundidade dos teus olhos viajava comigo para os lugares mais distantes… Deitaste-te ao meu lado e não disseste nada. Abraçaste-me e ficámos assim durante um minuto ou uma eternidade, não estou em condições para dar a certeza. Foi então que levantei a cabeça e te vi, ou melhor, olhei para ti e vi-me a mim. Deve ter sido isso que sentiste, que éramos apenas um, quando olhaste para mim à espera que eu dissesse alguma coisa. Só disse que te amava, mesmo que quisesse não teria sido capaz de dizer outra coisa. As palavras pareciam-me tão impessoais, tão insignificantes e tão incompletas… e assim beijei-te, pois não havia mais nada que quisesse fazer. Olhaste para mim sem saber muito bem o que eu queria, e perguntei se querias fazer amor. Não querias acreditar, eu também não, e encheste-me de beijos, com tanta ternura, com tanto carinho, com tanta entrega… os teus beijos multiplicavam-se e a minha pele pedia mais, não podia mais ficar longe de ti… e então ergui-me e despi a tua camisa, e percorri o teu peito, a tua barriga e as tuas costas, e que vontade que eu tinha de estar ali contigo… nunca mais queria largar-te, era o que pensava enquanto me beijavas por baixo da roupa. Depois, despis-te a minha blusa e perdeste-te em mim, e eu já não sabia se estava a sonhar, mas parecia tão real… desapertaste o meu soutien e mergulhaste a tua cabeça no meu peito, e naquela altura pensei que alguém podia estar a ver, mas já não teria sido capaz de sair dali… a tua língua estava tão quente, e a minha pele, embora estivesse também quente, estava trémula de desejo e de prazer. Rolámos pelo chão, abraçados, e continuaste a despir a minha roupa, e eu a tua, até que ficámos os dois nus, despidos de solidão e de tristeza, mergulhados em amor, e em luz. Nessa altura, toda a minha alma estava aberta para ti, e eu também… e então, devagarinho, deslizaste para dentro de mim, com tanta suavidade, e foi tão bom… viajámos os dois para mundos que não conhecíamos, dançámos a melhor dança que conheço, tão perfeita, tão harmoniosa, e no fim, quando já não tínhamos força para mais, desfalecemos os dois nos braços um do outro, numa entrega total. E só nessa altura percebi que nem por um momento tinha ficado nervosa. Tinha sido a nossa primeira vez, tão linda, tão boa, tão poderosa, sem dor, sem medo e sem vergonha. Obrigada.

Agora diz-me, se sabias que estava a sonhar, porque me deixaste sonhar sem ti? A minha vida ao teu lado é um sonho realizado, és alguém com que sempre sonhei..*

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